Causas da Ansiedade: Por que temos ansiedade e de onde ela surge?
11/22/20246 min ler


Causas da Ansiedade: Por que temos ansiedade e de onde ela surge?
Dentre os adoecimentos psíquicos que mais impactam o cotidiano dos indivíduos, encontramos o transtorno de ansiedade. Mas quais seriam as causas da ansiedade? O fato é que tanto a depressão quanto a ansiedade - as doenças consideradas do século – não somente surgem do cotidiano, mas também afetam este mesmo cotidiano diretamente.
Por isso, cabe-nos entender melhor tanto as causas da ansiedade quanto as suas consequências. Tal conhecimento é um caminho necessário. É através da compreensão das causas, características e gatilhos, que o indivíduo se torna capaz de lidar melhor com a ansiedade.
Lidando com a ansiedade
Em um dos nossos artigos (linkar o artigo, o que é ansiedade?), falamos um pouco mais sobre o que é a ansiedade. Após um simples estudo da história da psicologia, podemos aprender com a teoria freudiana que cabe a todos descobrir como lidar com suas cargas emocionais, para que surjam sintomas cada vez mais brandos.
De fato, quando se lida com a ansiedade, fala-se de encontrar um caminho seguro onde se saiba conviver com os sintomas e transformar, assim, os mais severos em outros mais moderados.
Como humanos, acostumamos historicamente a lidar com situações de perigo e isso torna a ansiedade um fator presente e necessário à nossa natureza. Considerando isso, é preciso aprender a se ouvir, para que assim, o indivíduo seja capaz de balancear os níveis de ansiedade no dia a dia. Pois a resposta para a patologia está no aprender a conviver.
Porém, apesar de parecer fácil, não é uma jornada tão simples. Por isso, estamos aqui para te ajudar.
Por que estou sentindo tudo isso?
Geralmente, quando acontece um evento não tão bom, que nos causa desconforto, chegamos a nos questionar: “porque eu, porque está acontecendo isso comigo?”. É óbvio que a ansiedade causa diversos desconfortos, o que torna tal pergunta totalmente justa.
Como qualquer transtorno que envolve algo a mais que a soma, não é tão simples falar sobre as origens da ansiedade. Como dito, a patologia vai além das questões materiais/biológicas, apesar de também se relacionar a esses fatores.
Por isso, inúmeros estudos se debruçam sobre o tema, levando a diversos fatores geradores dos quais podemos apresentar os que mais se destacam.
1º Genética
Acadêmicos apontam que “filhos de pais com transtorno de ansiedade herdam as desordens compulsivas hereditariedade.” (LOPES, DOS SANTOS, 2018). Cada vez mais, estudos se aprofundam no discurso de como a ansiedade pode ser transmitida geneticamente.
Todavia, apesar dessa possibilidade, um fato é bem interessante. Essa causa é responsável somente por uma pequena parcela da população que enfrenta tal transtorno. Isso reforça cada vez mais o que afirmamos, que o transtorno de ansiedade está intrinsecamente ligado a questões existenciais.
2º Ambiente
Os ambientes estressantes, são um dos principais geradores e gatilhos de crise de ansiedades. Por exemplo, quando pensamos nos ambientes empresariais, acabamos nos deparando com uma realidade que incentiva a competitividade, com metas descabíveis e relações, por vezes, conflituosas (CLARKE, 2011).
Consequentemente, pode-se observar que, muitas vezes, ambientes como por exemplo não só são propícios às crises, mas também podem gerar transtornos e fobias. O que faz desses locais, berço de casos severos de ansiedade, depressão, entre outras doenças.
3º Traumas
Um fator bastante presente nas causas da ansiedade são os traumas. Nossas vivências geram em nós inúmeras marcas que formam nosso modo de lidar com a vida; nossa identidade. Em uma abordagem como a psicanálise, toda a estrutura humana é consequência das primeiras experiências da infância, o que faz do indivíduo fruto de suas vivências.
Como essas considerações, a bagagem adquirida influencia não só os aspectos considerados positivos, mas também os desvios. Assim, traumas experienciados podem gerar diversos adoecimentos tais como ansiedade, pânico, depressão, entre outros (CAMARGO, 2013).
Consequências palpáveis da ansiedade
Após o surgimento de sinais graves de ansiedade é perceptível as consequências na vida do indivíduo. Assim, faz-se necessário apontar os efeitos para entendermos a gravidade do assunto.
1º Uma barreira à felicidade
Em primeiro lugar, podemos falar do desejo mais latente no homem: a vontade de sentido e a felicidade.
Uma das características do comportamento ansioso é não ser capaz de estar no presente. Um pensamento envolto por problemas futuros, por vezes, presentes só no terreno da imaginação, eis uma característica forte no ansioso. Todavia, a autorrealização é uma percepção relacionada ao aqui e agora, sendo então antagônico ao modo de ser do transtorno.
Outro fator importante é que, segundo Rogers (ROGERS, 2017) a autopercepção, ou seja, conhecimento real de si, é fundamental no processo de crescimento do indivíduo. Em um caminho lógico, se a ansiedade está para o terreno do imaginário, foge então do real, impedindo o conhecimento correto do indivíduo, seja de si, quanto do seu meio.
Assim, é possível dizer que ser feliz é ser feliz no agora. Logo, não parece ser possível experimentar tal estado com um pensamento em situações futuras.
2º Vida financeira, causa e consequência
A relação com o dinheiro é de longe uma das maiores preocupações na vida de um adulto. Assim, a ansiedade vê esse estágio da vida não só como berço, mas também como terreno que é afetado pela patologia.
Por isso, os estragos produzidos pela ansiedade na relação com o dinheiro podem se tornar uma bola de neve, onde cada vez mais se preocupa e cada vez mais sofre consequências - como a demissão.
Isso acontece principalmente em locais e situações de crise. Logo, quanto mais uma população enfrenta dificuldades financeiras, falta de oportunidade de trabalho e outras situações de desequilíbrio humanitário, mais adoecimentos psíquicos surgem.
Outro ponto delicado é, como a fobia em graus severos é paralisadora, pode gerar dificuldades enormes em relação à vida profissional causando até consequências mais extremas como a demissão ou afastamento, o que implicaria na própria forma de subsistência do indivíduo.
3º Uma vida inteira afetada
O transtorno de ansiedade está relacionado diretamente ao cotidiano, seja em gatilhos, ou em consequências. Assim sendo, é fácil concluir que o indivíduo com sintomas severos terá toda sua dinâmica social afetada.
Dos relacionamentos mais formais aos mais próximos e afetuosos, a ansiedade interfere e faz repensar cada círculo de relação. Nesse ponto, cabe às pessoas ao redor a empatia e a ajuda que, por vezes, se manifesta na simples presença amiga.
Logo, quanto maior e mais sólida for a rede de apoio, mais o indivíduo poderá se sentir seguro para enfrentar certos pontos da patologia. Tornam-se, então, os círculos, familiares, de amizade, entre outros, armas primordiais nessa luta.
4º Uma falsa ajuda: a medicalização e os seus riscos
Por vezes, a resposta mais comum está vinculada ao uso desmedido de medicamentos. Porém, é necessário reforçar que esta não é nem de perto a melhor das opções. A academia e a própria farmacologia (vide as bulas) apontam os inúmeros efeitos adversos do uso regulado de ansiolíticos e afins, quiçá é possível falar sobre o uso por automedicação.
Sabemos a importância das intervenções medicamentosas, porém, tal política empurra por goela abaixo pseudo soluções que tiram a liberdade do indivíduo, criando uma nova camisa de forças, como diz Foucault em História da loucura.
Se o grande problema da ansiedade é a perda da liberdade e da vida normal, é perigoso que a medicação encubra o sintoma tirando a autonomia do indivíduo. Logo, é possível afirmar que o controle feito pela medicação é mais do sujeito que da doença, podendo causar consequências ainda mais desastrosas a vivência do indivíduo.
O que fazer?
Como gostamos de salientar, a única solução real para a ansiedade é o aprendizado. Compreender o transtorno, suas causas e descobrir seu modo lidar com os sintomas é a única e real solução.
Um caminho de escuta de si é fundamental. Por isso, esse processo de libertação dos sintomas severos de ansiedade se dá através da escuta dos movimentos internos do indivíduo.
Apesar da complexidade da ansiedade, saber que não se está sozinho será um grande incentivo, por isso, produzimos diversos artigos sobre o tema. Assim, através de uma boa fonte de informação e do seu caminho pessoal, você será capaz de lidar com esse transtorno. Juntos, somos capazes de vencer a ansiedade.
LOPES, Keyla Crystina da Silva Pereira; DOS SANTOS, Walquiria Lene. Transtorno de ansiedade. Revista de Iniciação Científica e Extensão, v. 1, n. 1, p. 45-50, 2018.
CLARKE, J. Trabalhando com Monstros. Editora Fundamento, 2011
CAMARGO, Andréia. TRAUMAS DA INFÂNCIA E O TRANSTORNO DO PÂNICO. Psicologia Pt, São Paulo, 2013.
FÁVERO, Viviane Rosset; DEL OLMO SATO, Marcelo; SANTIAGO, Ronise Martins. USO DE ANSIOLITICOS: ABUSO OU NECESSIDADE?. Visão acadêmica, v. 18, n. 4, 2018.
ROGERS, Carl. Tornar-se pessoa. WWF Martins Fontes, 2017.
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